Sábado acordei com a determinação de ser a melhor mãe possível. Acordei animada. Assim que os meus dois filhos acordaram, coloquei os dois num banho caprichado, com direito de esfregar cada unha, já que o meu mais velho havia brincado com tinta verde no dia anterior e as unhas dele estavam bem parecidas com a do Hulk. Depois do banho coloquei uma roupinha limpinha e pensei: estou indo bem.
Fui então alimentar as duas criaturas, hehe, o que foi mais ou menos. O menino aceitou comer uma banana antes de comer o danoninho que tanto queria (ponto pra mae!). A bebê, já come uma banana amassadinha para o desjejum, então com ela foi tranquilo. Mas aí resolvi fazer um suco natural de maça e laranja lima. O mais velho com muito esforço experimentou mas não gostou. A bebê que costuma aceitar sucos do tipo também não tomou.
Percebi então que o dia era feito de pequenas batalhas.. algumas eu ia ganhar, outras eu precisava aceitar a derrota.
O sábado terminou tranquilo com uma ida ao cinema para assistir Madagascar 3. Considerando que eu estava no cinema cuidando sozinha de um menino de 3 e uma de 1, achei que foi um sucesso apesar da bagunça deles.
Domingo de manhã é nosso horário de ir à igreja. Como meu marido estava viajando, tive que me arrumar e arrumar as crianças sem ajuda de ninguém. E por incrível que pareça consegui. Porém, antes de sairmos, fui dar o desjejum das crianças e foi um desastre. A bebê conseguiu se lambuzar toda, tive que troca-la novamente (depois de fazer um super look elaborado) e acabei chegando atrasada. Cheguei arrasada. Inconformada com a derrota. Quando sento no banco da igreja, vejo que o Alvin também está todo sujo e o meu vestido também. Só o que eu conseguia pensar era, eu não sirvo para este negócio. Não é minha vocação. Porque estou tentando ser uma pessoa que não sou? Logo vi outras mães chegando muito mais arrumadas do que eu, e com crianças impecáveis. Ali eu já havia decidido, este negócio não é para mim, vou deletar o blog.
Na última segunda, conversando com uma amiga, contei de tudo o que havia acontecido este final de semana, a minha tentativa de abrir este blog, o meu fracasso, etc. Ela ouviu tudo com muita paciência e falou, "é, é muito mais fácil ser uma mãe comum do que tentar ser uma mãe perfeita!"
Essa frase ficou comigo. Realmente, ser uma mãe comum não exige muito. O difícil é fazer a diferença, lembrei daquela frase de Robert Frost, "Em um momento haviam dois caminhos a percorrer. Eu escolhi o menos percorrido, e isso fez toda a diferença."
Hoje resolvi voltar. Não tenho sido nada perfeita nestes últimos dias. Pelo contrário, meu filhos está brincando sozinho enquanto escrevo neste blog. Mas estou precisando desabafar... acho que quero dizer que: é muito difícil. Não sei se vou conseguir, mas não quero morrer sem ter tentado.
Mãe Nada Perfeita
Wednesday, June 20, 2012
Friday, June 15, 2012
Estou com medo. Por um segundo achei que fosse uma boa ideia abrir este blog, mas tenho medo das consequências.
Vou começar contando uma experiência que tive quando tinha 7 anos de idade. Eu estava na primeira série. Eu gostava de aprender, estudava numa escola que amava e estava indo bem naquele meu primeiro ano de escola "de verdade." Um dia em casa minha mãe me pergunta:
- Quem é o aluno número um da classe?
- Carlos - foi a resposta que eu dei. Ele era filho da bibliotecária da escola e com certeza o melhor em tudo.
- Pois então eu quero que você passe ele! - Completou minha mãe.
Fui criada assim. Com a expectativa de que eu seria a melhor em tudo o que eu fizesse. Há quem diga que isso é errado, e não quero entrar neste mérito, mas esse desejo de ser a melhor em tudo o que faço continua comigo.
É um desejo muitas vezes incompreendido. No meu último trabalho pedi para sair porque eu não estava contente com o meu próprio desempenho. Quando conversei com o meu chefe que não queria que eu saísse, ele perguntou, "se eu estou feliz, porque você quer sair?"
Ele não entendeu que eu sabia que eu não estava fazendo um bom trabalho e que isso era inadmissível para mim.
Reparo nas pessoas bem sucedidas. Vejo que elas tem um foco. Uma coisa onde elas são as melhores. Eu acredito que um profissional excelente numa área é melhor que um mais ou menos em várias áreas. Hoje eu estou nesta segunda categoria, sou mais ou menos em diversas áreas, mas não sou excelente em nenhuma. Cansei. Cansei dessa vida mais ou menos. Eu sinceramente não acredito que nasci para ser mais ou menos. Deve ter algo no mundo em que sou excelente, não?
Lógico que tudo tem um preço. E me falta pagar o preço para transformar os meus "mais ou menos" em "excelentes" mas como sou uma procrastinadora assumida sem pressão psicológica não saio muito do lugar.
Hoje fiz uma auto análise profunda. Decidi que iria sair dessa vida mais ou menos... Pensei em todas as minha áreas de atuação, em todas as coisas que já fiz na vida, nos talentos que acho que tenho. E no meio de tantas imagens, me lembrei do meu maior chamado: o de mãe.
Sou mãe de duas crianças tenho que dizer lindas. Um menino de quase 4 anos e uma menina que completará em alguns dias 1 aninho. Vou dizer, de todas as áreas que sou mais ou menos, aposto que essa é a área que sou mais "menos" - se é que isso faz sentido.
Por exemplo, agora são meia noite e quarenta e dois, e só fazem 10 minutos que meu filho está na cama, e tenho que confessar que ele foi dormir sem eu escovar os dentes dele.
Desde criança eu queria ser mãe. AMAVA brincar de boneca. Quando adolescente insistia em dizer que ia ter 10 filhos, hahahah, que boa piada, não?
Mas quando eles nasceram a realidade chegou: eu não estava preparada. As duas gravidez foram planejadas. A chegada de cada bebê foi uma celebração. Mas o dia a dia foi um baque. Eu estava acostumada com instituições de ensino, meio profissional e ser mãe é diferente de tudo isso.
Quando me tornei mãe pela primeira vez eu mal sabia cuidar da minha casa, quanto menos de um outro ser humano.
Algumas coisas vieram naturalmente... outras... estou até hoje tentando desenvolver.
Me lembro de estar numa festa de crianças uma vez e ver uma das mães brincando de roda com as crianças, enquanto eu batia um papo loco de bom com a minha melhor amiga. Fiquei impressionada com a empolgação daquela mãe, mas eu sabia que logo ela iria se cansar e sair dali. Que nada! Para a minha surpresa aquela mãe passou a festa inteira brincando e entretendo as crianças. Nem tinha sido ela que preparou a festa! Mas ela sentou no chão, brincou, entrou no clima e deu a atenção que aquelas crianças queriam naquele momento. Eu que estava muito bem acomodada fiquei cansada só de ver, porém até hoje me lembro com admiração daquela mãe. De onde ela tirou tanta energia? Tanta paciência? Tanta dedicação?
Talvez ela também tivesse feito um compromisso de ser a melhor naquilo que ela faz. Bom acho que este é o meu desafio aqui. Vou sem escrever mais porque a minha filhinha acaba de acordar e vou lá começar esta nova fase de super mãe, será que vou conseguir?
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