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Friday, June 15, 2012

Estou com medo. Por um segundo achei que fosse uma boa ideia abrir este blog, mas tenho medo das consequências.
Vou começar contando uma experiência que tive quando tinha 7 anos de idade. Eu estava na primeira série. Eu gostava de aprender, estudava numa escola que amava e estava indo bem naquele meu primeiro ano de escola "de verdade." Um dia em casa minha mãe me pergunta: 
 - Quem é o aluno número um da classe?
 - Carlos - foi a resposta que eu dei. Ele era filho da bibliotecária da escola e com certeza o melhor em tudo.
 - Pois então eu quero que você passe ele! - Completou minha mãe.

Fui criada assim. Com a expectativa de que eu seria a melhor em tudo o que eu fizesse. Há quem diga que isso é errado, e não quero entrar neste mérito, mas esse desejo de ser a melhor em tudo o que faço continua comigo.

É um desejo muitas vezes incompreendido. No meu último trabalho pedi para sair porque eu não estava contente com o meu próprio desempenho. Quando conversei com o meu chefe que não queria que eu saísse, ele perguntou, "se eu estou feliz, porque você quer sair?" 
Ele não entendeu que eu sabia que eu não estava fazendo um bom trabalho e que isso era inadmissível para mim.

Reparo nas pessoas bem sucedidas. Vejo que elas tem um foco. Uma coisa onde elas são as melhores. Eu acredito que um profissional excelente numa área é melhor que um mais ou menos em várias áreas. Hoje eu estou nesta segunda categoria, sou mais ou menos em diversas áreas, mas não sou excelente em nenhuma. Cansei. Cansei dessa vida mais ou menos. Eu sinceramente não acredito que nasci para ser mais ou menos. Deve ter algo no mundo em que sou excelente, não?

Lógico que tudo tem um preço. E me falta pagar o preço para transformar os meus "mais ou menos" em "excelentes" mas como sou uma procrastinadora assumida sem pressão psicológica não saio muito do lugar.

Hoje fiz uma auto análise profunda. Decidi que iria sair dessa vida mais ou menos... Pensei em todas as minha áreas de atuação, em todas as coisas que já fiz na vida, nos talentos que acho que tenho. E no meio de tantas imagens, me lembrei do meu maior chamado: o de mãe.

Sou mãe de duas crianças tenho que dizer lindas. Um menino de quase 4 anos e uma menina que completará em alguns dias 1 aninho. Vou dizer, de todas as áreas que sou mais ou menos, aposto que essa é a área que sou mais "menos" - se é que isso faz sentido.

Por exemplo, agora são meia noite e quarenta e dois, e só fazem 10 minutos que meu filho está na cama, e tenho que confessar que ele foi dormir sem eu escovar os dentes dele. 

Desde criança eu queria ser mãe. AMAVA brincar de boneca. Quando adolescente insistia em dizer que ia ter 10 filhos, hahahah, que boa piada, não? 

Mas quando eles nasceram a realidade chegou: eu não estava preparada. As duas gravidez foram planejadas. A chegada de cada bebê foi uma celebração. Mas o dia a dia foi um baque. Eu estava acostumada com instituições de ensino, meio profissional e ser mãe é diferente de tudo isso. 

Quando me tornei mãe pela primeira vez eu mal sabia cuidar da minha casa, quanto menos de um outro ser humano. 

Algumas coisas vieram naturalmente... outras... estou até hoje tentando desenvolver.

Me lembro de estar numa festa de crianças uma vez e ver uma das mães brincando de roda com as crianças, enquanto eu batia um papo loco de bom com a minha melhor amiga. Fiquei impressionada com a empolgação daquela mãe, mas eu sabia que logo ela iria se cansar e sair dali. Que nada! Para a minha surpresa aquela mãe passou a festa inteira brincando e entretendo as crianças. Nem tinha sido ela que preparou a festa! Mas ela sentou no chão, brincou, entrou no clima e deu a atenção que aquelas crianças queriam naquele momento. Eu que estava muito bem acomodada fiquei cansada só de ver, porém até hoje me lembro com admiração daquela mãe. De onde ela tirou tanta energia? Tanta paciência? Tanta dedicação?

Talvez ela também tivesse feito um compromisso de ser a melhor naquilo que ela faz. Bom acho que este é o meu desafio aqui. Vou sem escrever mais porque a minha filhinha acaba de acordar e vou lá começar esta nova fase de super mãe, será que vou conseguir?

1 comment:

  1. Nossssaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa
    Que gostoso e acalentador( se essa palavra existir rsrs) ler seu blog!
    Nem te conheço, nao me lembro como cheguei aqui, mas voce foi a resposta pra minhas orações.
    Eu me sinto assim como voce muitas vezes. Nao sou a melhor mae do mundo, e como é meu principal e maior chamado nesta terra, me sinto triste e angustiada por nao ser. Minha maior preocupação e temor com relação ao meu futuro, é se terei educado meus filhos direito, pra que eles possam ser bons homens e possam fazer as escolhas certas por si mesmo. Mas nao sou boa nao so ao ensinar o evangelho a eles( tenho dois meninos, um de 3 anos e outro de 1 ano), nao sou boa com horarios, ou com boa alimentacao, nao sou boa em deixar minha casa limpa e organizada...
    Mas ao ler o seu blog percebi que nao estou sozinha e lembrei que o Senhor nos deu o dom de ser mae, e podemos e devemos ser o melhor que pudermos, pois prestaremos conta disso. E que por mais que seja dificil, nós vemos nas pequenas coisas do dia se estamos conseguindo progredir um pouquinho, quando eles falam as primeiras palavras, ou aprendem a andar, quando eles cruzam os bracos pra fazer a oracao, mas nao fecham os olhos(espero que um dia fechem rsrs), quando aprendem a falar Jesus, do jeitinho deles, ou dividem o brinquedo com o irmao.
    Sei que o Senhor esta do nosso lado.
    E tenho fé de que conseguiremos.
    Desculpa escrever tanto...
    Obrigada por compartilhar um pouquinho de sua vida.
    Ate mais
    Etienne Nunes
    claramber@yahoo.com.br

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